Deixa, deixa cair a noite, ver as luzes dos candeeiros fazerem a tua sombra,
O desenho, a dobra que suporta a solidão, a palavra que na história ainda sobra,
Talvez tenha de me despedir de ti, hoje, neste momento em que não quero mais,
Ver sombras no chão, sobras então, tu e eu quando somos banais,
Deixa, deixa nascer o dia, ver as pessoas a correr de olhos fechados,
O deserto, de ideias e conteúdos, objectivos mal tratados,
Talvez tenha de me despir de ti, hoje, neste momento em que já sinto o teu frio,
Vejo o sol enquanto riu, peixes no rio, tu e eu sem um único desafio.
Deixa, deixa cair a noite outra vez, as luzes outra vez, tudo de uma vez,
O desenho? Pouco vejo deste banco de jardim onde repouso à horas,
Onde moras? Porque choras? Qual o cheiro das amoras?
Talvez tenha de fugir de ti, hoje, nesta história onde não tenho abrigo,
Vejo sombras no chão, nem sobras, nem pão, porque sem ti sou um mero mendigo.
. em ti...
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