Sexta-feira, 13 de Abril de 2007
Deixa-me cair do céu, já me fizeste voar de mais,
Quero pisar as pedras no chão, chutar papel, queimar cartão,
Fazer as coisas que se dizem normais,
Voltar a dormir tarde no salão,
Corta-me as assas que pintas-te, meu cavalo branco,
Quero olhar nos olhos dos meus, dos teus, dos outros,
Deixa-me cair, até me cansar, pra me sentar no tal banco,
Do réu, onde se julgam erros que não foram poucos,
Tira o braço à minha volta, deixa-me ter frio mais uma vez,
Quem disse que sou sempre real, consigo ser também ilusão,
Se sou mais ou menos do que mostro? Talvez,
Não me apetece responder por isso nem faças nascer a questão,
Língua afiada desenrola palavras que te deixam confusa,
Dos jogos de palavras tenho-te onde sempre quis miúda,
Intenção, de estender pesadelos numa mente que já se recusa,
Somos crianças no jardim, que brincam com suas bolas, chuta,
Vamos brincar à apanhada, vamos ver quem pega quem,
Podes abanar os receios deleitados sobre a cama do pecado,
Direcção coordenada para ti e mais ninguém,
Já fui observador hoje sou o moço de recados,
Deixa-me cair, quem disse que quero viver feliz para sempre,
Das rosas adoro os seus espinhos fortes e omnipresentes,
Das orações vou comendo as palavras do Ser mais crente,
Faz do amor a oração, deixa-me queimar os nossos presentes.