Domingo, 8 de Abril de 2007
O dia é calmo, não desarmo o que me apontas,
Olho-te como bailarina, rodando nas suas pontas,
Perfeita, bate mais um coração que te estreita,
Aproximas-te, coloco-te o beijo na bochecha direita,
Como estás? Revoltada como sempre,
Somos todos um pouco loucos, mas tu…és demente,
Rebelde com tudo, com todos e ainda com o resto,
Digno de registo especial, ouço mais um protesto,
“Finalmente apareces”, deixa que sossegue essas preces,
Cada um tem o seu, tu só tens o que mereces,
Do sorriso rasgado ficam as mãos quentes, olhar permanente,
Fica o teu perfume e o brilho diamante,
A distancia é chuva que cai, que faz o chão escorregar,
Seguimos viagem com a sensação que um dia alguém há-de voltar,
Por certo acontece, talvez num desses dias difusos,
Abraço-te concentrado, mas nada de abusos,
“Sabe bem ver-te aqui”, tu continuas perfeita,
Continuas a ser politicamente incorrecta confundindo esquerda e direita?
Chamar-te amiga ainda me faz bem, solene companheira,
Nas tardes bem passadas, tu sempre foste a primeira,
A dizer o que estava bem, mal e o que mudar,
Do tempo ficaram as juras do que queríamos partilhar,
Já crescemos de mais, dez anos valem pelo seu talento,
Mas da cartola tiro uma folha e dedico-te mais um momento…