Quinta-feira, 21 de Dezembro de 2006
Chagas do tempo enrugam as folhas amareladas das horas,
São propriedades pelas quais tu ainda choras,
Não te quero ver derramar aquilo que te deixa triste,
Tantas coisas dizemos, faremos juras pelas formas que sentiste,
Deixa sentir, por muito que mais tarde doa de mais,
Não me importa para onde o tempo te leva ou para onde vais,
Sim, tu criança,
Que ainda trago na melancolia das horas,
Quantas vezes sorriu nas frases hoje sonoras,
Contam histórias os mais novos, que não batem certo,
Hoje o mundo é inverso, e ardem os livros dos visionários,
O problema de toda a gente é crescer,
Vão-se deixando enrugar pelo tempo,
Perdendo momento atrás de momento,
É isso que olho enquanto me sento,
No chão,
Sujando o roupão,
Que hoje me classifica como louco,
Sabe-me a pouco,
Dizer-vos que é bom demais agir sem pensar,
E gritar,
Sim, sou criança e depois,
Nostalgia do tempo em que a mestria estava na ingenuidade,
Hoje tenho folhas maltratadas pelo tempo,
Lamento,
Limpar o roupão enquanto me sento,
Sabendo que cresci, sem acompanhar o meu próprio crescimento.