Sábado, 25 de Novembro de 2006
A luz, que hoje traça o caminho,
É a mesma que na escuridão me deixa sozinho,
A alma que acelera, que revolta,
Que abandona na hora de ir embora,
Escorrem as palavras e tentam dizer,
As letras que se pronunciam na luz que tenta correr,
Pára-se o tempo, das nossas vidas,
No chão ficam vidros de luzes partidas,
No clarão as formas que a vida nos trouxe,
Pensámos ser criação, quem dera que fosse,
São segredos que se perdem, se arromba,
Trechos que se perdem na sombra…
E se a luz me traçar um caminho tão diferente,
Do qual sempre quis seguir,
Saberei fugir, mentir e na escuridão partir?
Os restos dos outros vão atrapalhando o caminho,
Sempre fica,
Aqui e ali,
Coisas dos outros,
Muitos ou poucos,
Os que não chegam ao destino,
Aos que perdem o tino, sem ver a luz,
Um memorial não serve de nada,
A alma ta condenada,
A viver no passado cinzento de sempre,
Hoje o meu futuro faz parte do presente,
E vou olhando as luzes da cidade,
Sem desarrumar muito o que o tempo deixou,
O que o vento trouxe ou levou…
Mas e a solidão?