Domingo, 12 de Novembro de 2006
Paro, escuto e olho,
Como se nada me pudesse atingir,
Sento-me, como se o mundo tivesse parado,
Nada mais me pode perturbar,
Apenas o mar se move, se importa,
Casais de namorados hoje fazem-me escolta,
Os pombos procuram no chão, o que a sorte lhes deixou,
Hoje faço um retracto para quem nunca parou,
Quantas cores tem o Sado? Quantas marés, marinheiros,
Só o brilho do sol reflecte seus encantos tamanhos,
Deixem que me perca no tempo,
Uma pausa, na rotina, que nos envolve e vacina,
Contra o mal dos outros mundos,
Aqueles que não vêem, que não sentem,
Aos que apenas se perdem, e nos recantos mentem,
Cruzam-se olhares,
Pergunto-me por quantos rios, por quantos mares,
Já cruzaram seus sabores,
Por quantos amores,
Juntaram tantas marés,
E naufragaram,
Quanta gente por aqui passou, nem parou,
Acordam de manha, ninguém sonhou,
Triste o tempo que perdemos sem sentir que o tempo passa,
Tiro um momento para reflectir, sento-me na praça,
E vejo o belo nas pequenas coisas,
No rio, no cruzamento de gerações,
Na insegurança da palavra que gera multidões,
É por ti, de tantas cores hoje enches-me de esperança,
Que parei o tempo, para criar uma lembrança…
De
Maria a 13 de Novembro de 2006 às 22:32
O tempo já não tem tempo,mas para criar no tempo esse amor,o tempo para.
Nem tenho palavras para comentar tão belos poemas.
Beijinhos
Maria
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