Quarta-feira, 13 de Setembro de 2006
Como é que eu volto para casa,
Perguntava estendido na tua cama,
Derretido nos teus braços,
Como vela submissa à chama,
Como pode alguém deixar-me assim,
A voar, sem ter uma asa,
Tenho de tomar algo, para ver se isto passa,
Mas hoje não consigo dormir,
Contemplo o tecto enquanto dormes, é verdade,
Enquanto nos perdíamos não tive oportunidade,
E lá em cima vejo reflexos dos beijos,
Pinturas com teus anseios,
E o meu ponto final,
É real,
Sempre tive mais para dizer, para contar,
Mas hoje, depois desta noite não vai dar,
Sou teu,
Mesmo que seja réu,
E que a acusação seja passível de trégua,
Que apenas quero prisão perpétua,
Prende-me em ti, não vou saber lutar,
Até posso pensar, mas não tenho para onde me virar,
És tu? A tal que muda toda a minha maneira de ser?
Talvez tenha de dizer, hoje dou o braço a torcer,
Há aqui algo a nascer, e talvez se torne grande,
Imperioso, o agradável gigante,
Que me crias-te no peito,
Tu não tinhas o direito,
Mas no final da noite estou assim,
Irremediavelmente apaixonado por ti.