Sábado, 29 de Julho de 2006
É com alguma exactidão que vejo finalmente a luz ao fundo do túnel,
As vozes nas minhas costas continuam a chamar por mim,
Querendo um fim,
Que mude tudo o que foi imperfeito,
Por ser tão estreito,
Vou esfolando os meus braços neste labiríntico túnel,
Caem gotas de sangue, escorre o veneno pelas paredes,
Vou-me transformar em algo novo, sinto-o,
No chão apenas ossos, dos que não conseguiram resistir,
Dos que não conseguirão mentir,
E foram enganados pelas palavras,
Desesperadas,
Que lhes pediam que voltasse,
E se voltar?
Será que as vozes se calam…
Ou vão pedir-me para seguir em frente,
Temos sempre um diabo bom, e um anjo mau,
Que nos engana nos trilhos,
Apagando alguns brilhos,
Que a ideia deixa passar,
Sou demasiado teimoso para não ver o que ganho,
Para não descobrir o que perco,
Demasiado insensato para não sorrir por isso…