Desenha-me,
Numa paleta de cores que não existem,
Arranha-me,
Tira de mim, aquelas dores que persistem,
Toca-me,
E faz de mim um encantado,
Beija-me,
Transforma-me em mais um ser apaixonado,
Aproxima-te,
E mostra o que tens a mostrar,
Abraça-me,
Mata o que tens para matar,
Fala,
Palavras de encanto e esperança,
Mente,
Vou acreditar com a ingenuidade de uma criança,
Ama-me,
E faz do meu corpo uma ilusão,
Sufoca-me,
No sôfrego desespero da razão
Para ti e por ti, o mundo ganha outras cores,
Por ti mesmo quem perde, sabe que um dia serão vencedores!
Abre os olhos,
Acalma a voz embargada e louca,
Sossega o teu espírito, ajeita a tua roupa,
Não há nada de mal em ver as estrelas cair,
Não vejo nada de mal em ver-te a sorrir.
Talvez seja por isso, por ser pecado ou ofensa,
O problema do pecado é que ele compensa,
Porque é delirante ver-te vibrar, é compensador ver-te chorar,
Por mim, porque já não aguentas mais a explosão de emoções,
Tantas questões, tantas sensações,
Quantas vezes noites destas desenham-se em ilusões,
Hoje tens-me aqui, faz as estrelas cair,
Faz-me esquecer que há uma hora para ir,
Para voltar e regressar à minha redoma,
Enquanto me aninho no teu beijo, e abraço a linha que te adorna.
Andava por ruas perdidas, esquecidas,
Observava um montam de personagens, ligeiramente distraídas,
Procurava algo,
Olhava e olhava, não achava nada, perguntava mas ninguém respondia,
Ninguém acreditava, que da noite se tinha feito dia,
Procurava mais qualquer coisa,
Andava por aí, pisando mágoas e decepções,
Passo a passo, lá se iam as inúmeras frustrações,
Procurava algo,
As folhas caíam, mas nelas nada lia,
Por muito que tentasse ñ mostravam o que queria,
Procurava mais qualquer coisa,
Dei por mim no ponto de partida, olhei no espelho,
A imagem reflectida não era de um jovem, era de um venho,
Procurava algo…
Procurava mais qualquer coisa,
De procura em procura muito tempo eu perdi,
E só no fim da história entendi, procurava-me a mim.
Estou pronto, podemos ir,
Descer escadas sem cair,
Correr saltar e ruir,
Numa muralha já mal composta,
Na esperança de quem gosta,
Que algo aconteça de novo.
Estou pronto, podemos fugir,
Voar sem nunca explodir,
Esconder sem nunca surgir,
Num doce sonho de eterno espanto,
Gosto de te olhar enquanto janto,
Mesmo quando foge o meu olhar.
Estou pronto, podemos ficar,
Nesta cama já bem quente,
No serão perfeito e contente,
No amor que em nós é transparente,
Na esperança de quem gosta,
Que algo aconteça de novo.
Deixa-me ser quem não vês, quem não sonhas
Deixa-me ser quem eu sou
Deixa-me olhar as estrelas risonhas
Chorar o tempo que voou
Deixa-me ser quem desdenhas, quem esqueces
Quem nunca quiseste ou amas, mereces
Aquele que um dia te trouxe no peito
E te demorou e chamou de pleno direito
Deixa-me ser louco um pouco
Naquele jardim que a ausência matou...
Deixa-me ser quem eu sou.
“És estranho amor” dizias,
Mas se fosse de outra forma, que farias?
Somos sempre uma mistura de sãos e loucos,
Uma mistura de normais e diferentes,
Depende de quem nos olha,
Se nos entende, se nos pretende, se nos descobre,
O que importa no fim são apenas as imagens,
Tatuagens fotográficas dos momentos que passamos,
Os que acertamos, os que erramos,
“és estranho amor” sorrias,
Mas de fosse de outra forma será que ias?
Feliz para casa, descansar no teu recanto,
Todos temos um diabo e um santo,
Penso nisso e não me espanto,
Não me importo de ser louco,
Não me importo nem um pouco,
Sem principio e sem fim,
Sei que vale a pena quando…sorris para mim.
Está escuro aqui, não consigo ver o que me mostras…mas podia sentir,
Está muito ruído aqui, não consigo ouvir o que me dizes…mas podia sentir,
Podias tocar-me se quisesses, toca-me…toca-me, deixa-me sentir.
Hoje só vejo de olhos fechados, só sinto de mãos bem abertas, coisas secretas,
Doces, directas…onde as ilusões já se tornam mais que concretas.
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