Deixa-me salvar o mundo, explodir com mil cabeças,
Derrotar os heróis, escrever últimas sentenças,
Sentir o sangue escorrer, até à ultima gota,
Cortar pela raiz a flor, que do chão ainda brota,
Deixa-me salvar o mundo, quero queimá-lo ainda vivo,
Roer laços e estilhaços, para isso ainda sirvo,
Espetar lanças em arcanjos, queimar asas aos marmanjos,
Mostrar por A mais B que ainda somos todos anjos,
Com vontade de matar, de pecar, de ser cruel,
Quero esgotar todo o mel, para embalar o tal fel,
Deixa-me salvar o mundo, vou fazê-lo sofrer,
Dar-lhe vida novamente, fazendo-o primeiro morrer,
Quero mostrar que não há, vitória sem derrota,
Solidão sem escolta,
Nem desejo, sem pecado, ou amor sem razão,
Mas solidão…só essa tem explicação.
Deixa-me salvar o mundo, salvar-te de mim,
Numa história com fim,
Sem ser feliz ou infeliz, criado sem preconceito,
De fino extracto e sem direito,
A um aplauso final.
Quero salvar o mundo, tirando de cena o único culpado,
Inteligência não é arma…é o mais puro pecado.
Perde-me de vez, só desta vez, sem sim nem talvez,
Onde o teu nome me chora, onde o teu rosto devora,
Tudo o que ainda crês,
E que descobriste depois de eu ir embora.
Desde que entraste no meu mudo, tudo muda de cor,
Tudo gira rápido de mais, não consigo agarrar nada,
Tudo muda de sabor,
Todos os trilhos são agora estrada…
E nunca sei por onde ir,
Quero ficar, quero partir,
Na inconstância do que sinto, nas verdades quando minto,
Bem vinda…ao meu maravilhoso…labirinto.
Faço-o por desejo, toco piano neste momento,
Cada dedo uma letra, cada olhar um elemento,
Pianista inoportuno, o que te acorda nesta noite,
O meu piano não toca, mas escreve certezas de morte.
Da vida tiro o proveito, fruto e direito de todos os deveres terrenos,
Somos pequenos, para saber de mais, mais do que devemos,
A minha tela só me mostra o que vos digo,
A rima é solução e conquista, abismo e meu abrigo.
Quero fazer amor contigo, assim, sempre assim,
Com os dedos no piano, sem ter medo do fim,
Doces pecados contam segredos, hoje sou senhor soberano,
Entre sonhos e pesadelos…é sempre o teu nome que chamo.
Chamo Poesia, serenata de alegria onde toco e escrevo em desespero,
És fantasia, abrigo, nas noites mais frias és tudo o que quero.
Saberei eu tocar-te como tocas a minha vida?
Lembrar-te-ás de mim, quando a minha mão for esquecida,
Rodo no compasso, do pedaço de chão que já não piso,
Juro não tocar mais nas tuas recordações, nem ver o teu sorriso,
Mas chamo por ti…
Quero fazer amor contigo, assim, sempre assim,
Com os dedos no piano, sem ter medo do fim,
Doces pecados contam segredos, hoje sou senhor soberano,
Entre sonhos e pesadelos…é sempre o teu nome que chamo.
Pronto para ir, temos vinte palavras para salvar este mundo,
A terra já abre brechas, as lágrimas já molham o chão,
O deserto já queimou meio globo, não há água neste fundo,
Vinte palavras de condenação, dez de perdão, outras tantas de coração.
Tic tac, mais uma torre que cai, mil frases por dizer,
Hoje o teu perdão faz parte da minha chaga,
Aconteça o que acontecer,
Já me bastam as tuas promessas, vencidas de validade,
Queimas-me os olhos em delírios,
Das vinte eu digo a primeira, Verdade.
O que fazes por mim? Quando o teu mundo acabar?
Nada mais te segura, nada te impede e desistes,
O amor não fere, mas tu já estás a sangrar.
Tem cuidado com o que pedes, sonha bem baixinho,
Não vá o chão fugir para longe,
Caindo assim longe do teu “ninho”.
Um minuto depois, já passou, a vontade de crescer, de viver mais…
Somos tudo e tão pouco, que o nosso corpo apenas nos faz doer,
Procuro noticias, motivações caídas de historias reais,
Quero vento para beber, vida para ganhar, sorrisos para perder.
A minha paciência esgota-se quando dizes “não quero mais”…
Raros os tempos em que o tempo passou sem darmos por isso,
A aflição agora termina, no momento em que te esqueço, quando sais,
Não me perco no embaraço, não procuro reacções, apenas não dramatizo.
Porque coleccionar os momentos vai sempre a minha rima,
Mesmo que o tempo me mostre que desde o inicio estive sempre errado,
O meu propósito é causar arrepio de cima para baixo, de baixo para cima,
E se não estás bem aqui comigo…muda, haverá sempre outro lado.
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