Sexta-feira, 6 de Julho de 2007
Sabe bem, acordar assim,
De janela aberta com o sol a rir pra mim,
Roupas rasgadas em corpos bronzeados,
Os putos já tão na praia, as miúdas acabam com os namorados,
Chegou o verão,
O calor a sensação, a musica que balança os corpos no nascer da tentação,
Os sorrisos ficam mais largos,
Os cromos ficam mais parvos,
E fecham-se nas suas masmorras,
Eu não te bato, só espero que tu corras,
Para fora da minha zona, eu apanho aquela onda,
E lanço o meu isco como se fosse uma sonda…
Sondei-te, de que lado vens tu? De nenhum certamente,
Alguém te plantou aqui, e nem vi tua semente,
Nasces-te assim, forte e quente, e já dançavas no ventre,
Dos jogos de cintura ganhas em toda a vertente,
Chegou o verão,
O calor, a sensação, a musica que balança os corpos no nascer da tentação,
Mais um sonho que chega ao fim mas…
Sabe bem, acordar assim,
De janela aberta com o sol a rir pra mim.
Terça-feira, 3 de Julho de 2007
Desejo-te, vejo e revejo-me em ti,
Lutei tantas vezes com teu corpo, nunca perdi,
Ganhámos os dois, porque depois somos um só,
Desejo-te em mim, cada beijo uma rima,
Cada amasso uma jura enquanto o céu se anima,
Quero ver-te viver em mim, morrer assim,
De ti quero tudo, porque é o que és para mim,
Sofre em minha boca, por favor,
Sem ardor, sem pavor, só prazer, só amor,
Das mãos de veludo, hoje és brinquedo de um puto,
Que de trapalhão apaixonado passa a criador astuto,
E crio o nosso amor, no pecado dos corpos,
Do beijo suave ao agarrar os cabelos soltos,
Da boca gelada ao corpo quente e demente,
Das juras rasgadas que rimam com o que o meu coração sente,
Sofre em mim,
Sem ardor, sem pavor, só prazer, só amor.
Domingo, 1 de Julho de 2007
O sol já nascia meio turvo, no dia em que nada mais ficou,
O mundo já girava devagar, poucas foram as mudanças,
Tudo fica pouco claro quanto a monotonia do tempo nos marca,
Já só somos iguais, ao que um dia fomos,
Vamos partindo sonhos rombos,
Que há-de ser de mim, de ti ou de nós,
Repito-me duas ou cinco vezes, na gamela de meus dizeres,
Multiplico pelos afazeres e o que fica?
Pouco se justifica, já não te quero mais,
Pego nos meus sais, crio os meus cristais…
Das cores que nascem tiro-lhes o brilho,
Apronto-as no chão para formar um novo trilho,
Da pincelada mais marcante, nascem janelas e armários,
Talvez me possa esconder…talvez me possa perder,
Foi o fim, diziam as lapelas rasgadas de tempos adversos,
Distinguiram-se personagens nos poemas, em meus versos,
Mas hoje, é o fim, de mim, de ti ou de nós,
Já pouco te oiço, já pouco te sinto, no meio deste labirinto,
Só as cores fizeram as formas que na parede se encostaram,
Porque tudo o resto…acabou,
O sol já nascia meio turvo, no dia em que nada mais ficou,
Porque tudo o resto…acabou.