Terça-feira, 3 de Abril de 2007
Chegas-te tarde,
Ninguém te tira o mérito, de chamares a ti o que os meus olhos querem ver,
Já tiveste o ensejo para me veres a te querer,
Mas…do tic-tac, tic-tac, a hora passou depressa,
E hoje, o tempo já te mostra outra conversa,
Ainda sei que valor tens, provavelmente serias perfeita enfim,
Do tic-tac, fica o quanto já foste para mim,
Porque agora? Já não tens mais espaço,
Sabes ler concreto? Não tentes atar um laço,
Que só te prenderá a ti, mas não a mim,
Do ponto final, nasce outro fim,
Porque podia ter sido perfeito, escrevendo torto ou direito,
Aquilo que me vai no peito,
Só te podes sentar numa cadeira que esteja vazia de um corpo,
Ou se não tiver dono, podes beber desse copo,
Não é o caso, porque do tic-tac, tic-tac tudo passou,
A noite fez serão e o dia em mim voltou…
Domingo, 1 de Abril de 2007
Suspiros, gemidos, testamos tecidos, dissolvemos comprimidos,
Ócios, ódios, pedaços de arte e erros que são assumidos,
Não me importa como me vês, ou me sentes talvez,
Vou dar-te o mote, calando-te de vez,
Na folha compacto, letras e letras, das recentes às antigas,
Espelham-se as palavras bonitas que são minhas amigas,
Rodeio-me de sombras, tudo bem, é por aí,
Digo coisas que nunca vi, nem nunca senti,
Farsas, desgraças, historias que oiço ou que imagino,
Criatividade espontânea, de quem não é assim tão pequeno,
Brinco contigo, que olhas e descodificas,
Também entras neste barco tu que só complicas,
Porque dos momentos, tens de saber tirar o melhor só para ti,
Não sei se estou certo ou errado, apenas sou assim,
E mudar? Não faz parte do panorama deste criador louco,
Talvez mude, mas muito pouco a pouco,
O que podes esperar? Tudo, nada, coisas assim assim,
Depende do que fazes para seres importante para mim,
Por enquanto enquadra-te no espaço deserto dos panos que corto,
E podes ficar mais perto, enquanto conseguir olhar o teu cabelo solto,
Mas depois? O que tem depois? Nunca o deserto vai ser tão claro,
Como o doce do sonho e arrepio do pesadelo, que juntos hoje embalo.