Terça-feira, 29 de Agosto de 2006
Cada pedaço de pele, cada imagem do teu sorriso,
São passagens para o sonho que me leva ao paraíso,
Sinto saudades, de me deitar só do teu lado,
De te fazer sorrir só por me dizer apaixonado,
Tantas coisas passamos, nesta vida tão breve,
Eu quero um paraíso, talvez o teu sorriso me leve,
Que seja breve, e solene como todos os romances,
Vou pegar num papel para escrever nossos lances,
De rasgados elogios, faço um soneto por acaso,
Perguntam-me se há perfeição, eu falo do nosso caso,
Da minha ligação contigo, intimidade contigo,
Da forma como te amo, como és meu abrigo,
Tempo que passa, do teu lado é sempre bom,
Se o nosso caso não der certo, não dará mais nenhum,
Problemas todos temos, inseguranças todos temos,
Mas as conquistas são tantas que não há espaço para as metermos,
Podem escorrer tantas lágrimas, nunca chegará para matar,
Podem cair em abundância, cá estarei para as enxugar,
Sempre fomos assim, uma coisa a três sem preconceito,
Caneta, mente e papel, num rabisco perfeito,
Escorreu tinta por paredes, por sítios tão inusitados,
Tudo pode mudar, mas nunca ficaremos separados…
Sábado, 26 de Agosto de 2006
Tiro o dia para rever, até que ponto tive uma vida perfeita,
Até que ponto a linha do conhecimento e da felicidade se estreita,
Furto um pedaço de papel meto nomes numa lista,
Lembro das batalhas que travei, cada amigo é uma conquista,
Uma peça que se encaixa, uma parte que se enrosca,
No deleito dos prazeres na companhia da caipirosca,
Sorrisos são uma essência do retrato que pinto de todos,
Desde que vos veja a rir, já concretizei os meus sonhos,
Pode chover acido do céu, ser corrosivo até ao osso,
Que estarei lá para regenerar os tecidos, criar o nosso colosso,
Este gigante é imparável no tempo, criatura de momentos,
Reflecte o quanto vos quero num espelho de sentimentos,
Amizade para mim sempre foi assim, até podem discordar,
Porque vocês não têm os meus amigos, e eu também não quero trocar,
Rodeado me sinto, indestrutível ao vosso lado,
Coleccionador de momentos sou, e acreditem que vos tenho guardado,
Vanas, sorriso contagiante, das melhores pessoas que conheci,
Se um dia me perguntarem se valeu a pena viver, lembrar-me-ei de ti,
Catarina, sai da bolha dama, sorri connosco tudo passará bem depressa,
Um furacão de força assim és, até que tua mente se dispersa,
Brito, uma surpresa a cada dia, mulher de historias infindáveis,
Menina de olhos brilhantes e sonhos grandes, mas saudáveis,
Joana, os teus sonhos têm de ser proclamados, corre por eles,
Mereces ter tudo o que queres, e estarei lá para te dar a mão se te perderes,
Rita, tanta coisa por dizer, tantas coisas sinto por ti, quase minha irmã,
Menina ingénua e sábia, incerta e tão certa, ás vezes és anjo outras o Satã,
Barros, de certa forma um dia num sitio distante e em sitio nenhum,
Vão-me dar a hipótese de ser outro alguém, e vou querer ser como tu,
Bruno, gostava de te ter conhecido, desde os tempos de escola,
És enorme amigo, mas cuidado com a Coca-Cola.
Azul, distante tantas vezes, mas sempre presente,
Para ti tenho aqui umas mortalhas, e um cházinho bem quente.
David, és o meu oposto, no que toca à mulher,
O meu desejo é acabar os meus dias a jogar contigo, numa relva qualquer,
Henrique, és a prova que não preciso de muito tempo para chamar alguém de amigo,
Deixa o pó poisar, secar, nasceram raiz bem forte, ficará tudo bem contigo.
Leo, no fim mas sem ser por acaso, és o irmão que escolhi para a minha vida,
Um dia velhotes, sentar-nos-emos num banco qualquer, a recordar mil coisas vividas,
Eu gosto destas coisinhas, toda a gente sabe como sou,
Pede mais uma rodada… o efeito desta já passou.
Um dia vamo-nos perder uns dos outros, estaremos longe eu sei, vamos sentir saudades, também o temo, mas por muito que a memória me traia tantas vezes, nesses trilhos da idade, no papel estará sempre o que sinto, e esta é a minha realidade!
Obrigado por existirem…
Quinta-feira, 24 de Agosto de 2006
Tentações, rodopio de sensações,
Entes de superioridade que fazem pular corações,
Vai tentando tirar-me o sono, falando de ti e das tuas amigas,
Eu nunca digo que não, talvez um dia o consigas,
Quando olho para a tentação procuro só três pontos,
Inteligência, humor e uma boca linda, nisto não dou descontos,
Tentação, vai escorrendo das palavras,
Rotulando universos, nas memórias que são salvas,
Vai picando, mexendo comigo, talvez o fogo te incendeie,
Vai puxando pela minha boca, talvez ela um dia te queime,
E te marque nessa noite, nesse dia inesperado,
Podes trazes as tuas armas, eu estou mais que preparado,
Jogos de palavras comigo? Sou um mestre da resposta,
Ingenuidade? Não conheço, ela comigo não se mostra,
Nasci de olhos abertos, e gosto de ver o mundo que me rodeia,
Tenta-me, envolve-me de espinhos para me picar, não serás a primeira,
Todas as rosas são assim…lindas ao olhar, dolorosas ao pegar,
Se o teu espinho me ferir, eu nem me vou importar,
Tenta-me, talvez hoje te implore “fica comigo”,
Amanha ou depois rogarás para que nunca parta, e fique contigo.
Quarta-feira, 23 de Agosto de 2006
Por mim o dia nem existia,
Podia ser sempre noite, era assim que eu vivia,
Havia sempre estrelas por aí,
Candeeiros luminosos e seria sempre assim,
Silhuetas cuidadas, para deslumbrar as nossos olhos,
Pede socorro aos copos para tocar nos seus folhos,
Sempre noite, com tudo o que tem de magia,
Com tudo o que tem de romântico, mesmo a nostalgia,
Por mim era no escuro que procuraria a minha luz,
A manhã, a tarde no seu todo, não me seduz,
A noite, na perfeita companhia,
Apaga-se o espaço para o novo dia,
E fala-se copiosamente pelos cantos,
Os mendigos fazem cerrar os seus mantos,
E sussurram que esta noite não vai acabar,
As crianças fogem para seus abrigos,
Do céu vai caindo alguns pingos,
Que acordam os mais audazes,
Dos loucos e dos mais capazes,
Daqueles que como eu não se importaram,
De não ver nascer a luz do dia.
Segunda-feira, 21 de Agosto de 2006
Hoje as coisas não estão bem,
Vou correr para a minha mãe,
E pedir para que me acorde com uma festinha no cabelo,
Dizer, calma lindo, foi só um pesadelo,
Suplicando por fim, dou por mim,
Olhando as noticias e vendo o tal ser ruim,
Hoje o mundo acordou ao contrário,
Ando a tentar encontrar sinónimos na porra do dicionário,
Mas não entendo porque se matam uns aos outros,
Talvez só acordam com socos, como é que se acordam os loucos?
Talvez o seu Deus esteja demasiado ocupado,
Vendo TV debaixo do seu ar condicionado,
Porque é que ser diferente tem de ser uma consequência,
Acho que achei no dicionário, a palavra é clemência,
Para tanta demência, acabar com a turbulência,
Parar, sentar, falar, é preciso muita ciência?
Façam o favor de sair do planeta, atirem as bombas para outro lado,
Vou voltar para a minha cama, tentar dormir sossegado.
Sexta-feira, 18 de Agosto de 2006
Deixei voar o tempo,
E cansei-me de esperar,
Voltei a levantar-me do chão,
Sem ter medo de gritar,
Chorei como uma criança,
Sem ter medo de sentir,
Corri pelo teu rosto,
Sem ter medo de partir,
Declarei-me ao teu olhar,
Sem ter medo que me visses,
Atrapalhei-me com as palavras,
Sem ter medo que sorrisses,
E fiz juras eternas,
Sucumbi às tuas pernas,
Apagando as luzes dos medos,
Abrindo a caixa dos segredos,
Em mais uma noite de amor.
Quinta-feira, 17 de Agosto de 2006
Acordámos distantes hoje,
Afastados do tudo e do nada,
E as marés só nos trazem garrafas vazias,
Deixaram fugir as declarações, perderam as poesias,
Afundaram-se para sempre,
Nos oceanos da vida,
Ainda te olho, ao longe,
Ainda sinto o teu cheiro,
E o toque suave da tua boca,
Mais uma maré, mais uma garrafa sem testemunho,
Por ventura perdeu-se mais um chaga,
Ou mais um pedaço do sonho,
Ficarei por aqui,
Até que a praia se inunde,
Meu corpo se afunde,
No que são hoje as tuas frases,
Que o papel tratou de conservar,
Que a areia aprendeu a olhar,
E a agua julgou nunca tocar…
Quarta-feira, 16 de Agosto de 2006
Abre a janela,
E contempla o dia com esse teu sorriso,
As pessoas passaram horas expectantes,
Querendo olhar a tua alegria,
Contempla-os,
Vê que vale a pena,
E entende que todos temos dias maus,
De menos humor, de mais temor,
Por vezes actores de um filme de terror,
Mas um dia vai valer a pena,
E vais dizer “ainda bem”,
Sente o cheiro a terra molhada,
E diz que amas a chuva,
E o sol do meio-dia,
Abre a janela e contempla o mundo,
Da mesma forma como me sinto especial,
Por te ter como amiga.
Domingo, 13 de Agosto de 2006
Nunca soubemos estar sozinhos, caminhamos mais tristes quando estamos sozinhos, são poucos os que tendem a ser loucos e escolhem a solidão como uma forma de ocupar o vazio. Desde cedo, ficamos presos a alguém, já nascemos presos a alguém, seja por um mero cordão ou um abraço, os sentimentos provocados pelos outros em nós são sempre mais fortes e indescritíveis…
Sábado, 12 de Agosto de 2006
Era um dia como tantos, mas mais cinzento, uma tarde como tantas, mas mais triste, as pessoas que me rodeavam eram apenas almas perdidas e esquecidas por alguém que não se importou.
Perdia-me nas ruas que tão bem conhecia, mas mesmo assim não me importava, de que vale saber onde estou, ninguém se vai importar, nem sequer perguntar se está tudo bem.