Domingo, 30 de Julho de 2006
Quero uma mulher diferente,
Dessas que o mundo se tem habituado a olhar,
Roliças sem preconceitos e vontades,
Onde o tempo é imediato,
E os homens circulam, como um extracto,
Anunciando os que foram, os que ficam,
As que fazem e acontecem e não se justificam,
Olho com um certo nojo as meninas das listas,
Que nem com duas mãos conseguem contar suas conquistas,
Farto de meninas mimadas, que não percebem o que é falar,
É assim que se resolve tudo, não, não estás a delirar,
Escrevi isto sim, sabes que sou bem capaz disto,
Não quero uma qualquer, não quero uma qualquer, eu insisto,
Fazem-me repugnância as meninas que utilizam as suas manhas,
Para depois com as amigas sorrirem com suas façanhas,
Rir é sempre bom, não o censuro de todo,
Mas por exemplo eu sou diferente não catalogo quantas e com quem fo.**,
Irrita-me profundamente ver os putos a delirar,
Com meninas com carinhas bonitas que não têm mas nada para dar,
Ando lixado com isto, porque tenho observado,
Que no meio deste antro se calhar não sou eu que ando errado,
Se dou barra olhas de lado,
Se te falo, estou apaixonado,
Mas acredita nunca estou muito mais que interessado,
Porque com dois dedos de conversa compreendo o que tu queres,
Tu e oitenta porcento do que chamamos de mulheres,
Viver no limite é isso que dão na MTV,
É bom que te lembras do que se passou, porque eu posso contar-te o que vi,
Inteligência onde andas, companheirismo onde andas,
O que elas tentam valorizar é a boca o cu e as mamas,
Estou a ser duro? Achas mesmo, dizes isso?
Talvez não vejas as coisas, da mesma forma que pesquiso,
Mas calma, não sou um revoltado,
Não sou parvo nem virei para o outro estado,
Não descobri as outras miss 20% mas vou procurar noutro lado,
Sinceramente eu acredito,
Se querem saber eu admito,
Que a culpa é dos palhaços que dão tanta voz ao mito,
Que mulheres são uma carta, de todo um baralho,
Esses meninos se querem saber, para mim não valem um cara***
A culpa é de alguns, não tenho duvidas nem o escondo,
Há de tudo um pouco, nesta terra, neste mundo,
Mas o que eu quero dizer, é apenas para esses 20%,
Hoje a noite não é famosa mas digo-vos o que sinto,
Continuem a lutar, pela dignidade do vosso cromossoma,
E pela singularidade dos que tocam vosso aroma,
Pela exclusividade dos que podem ter um pouco da vossa inteligência,
Pelos que têm a sorte de não viver com “mulheres negligencia”,
Aos que têm o privilegio de sentir o que é amor,
Sem ter medo de traições nem saber desse sabor,
Aos que nos momentos maus, têm um apoio do seu lado,
Aos que têm alguém que lhes diga a cor, da qual devia estar pintado,
A perfeição de um quadro,
Na eternidade de um fado,
Entendem o que digo? Ou estou apenas irritado?
Aos que sabem falar, e resolver os seus problemas,
Sem ter medo dos olhos alheios, sem ter medo de outros esquemas,
Invejo sem duvida, os que vivem desta forma,
O que um dia foi, hoje já não é norma,
Perguntas se estou revoltado, eu respondo claro que sim…
Porque hoje vi algo que não tinha de ser pra mim….
Sábado, 29 de Julho de 2006
É com alguma exactidão que vejo finalmente a luz ao fundo do túnel,
As vozes nas minhas costas continuam a chamar por mim,
Querendo um fim,
Que mude tudo o que foi imperfeito,
Por ser tão estreito,
Vou esfolando os meus braços neste labiríntico túnel,
Caem gotas de sangue, escorre o veneno pelas paredes,
Vou-me transformar em algo novo, sinto-o,
No chão apenas ossos, dos que não conseguiram resistir,
Dos que não conseguirão mentir,
E foram enganados pelas palavras,
Desesperadas,
Que lhes pediam que voltasse,
E se voltar?
Será que as vozes se calam…
Ou vão pedir-me para seguir em frente,
Temos sempre um diabo bom, e um anjo mau,
Que nos engana nos trilhos,
Apagando alguns brilhos,
Que a ideia deixa passar,
Sou demasiado teimoso para não ver o que ganho,
Para não descobrir o que perco,
Demasiado insensato para não sorrir por isso…
Quarta-feira, 26 de Julho de 2006
Viajei por aí, vendo os povos desse mundo,
Numa caixa de pandora que ainda não tem fundo,
Vi cores diferentes, gente de tantos tamanhos,
Coisas tão divergentes, tantos sabores estranhos,
Especiarias tribais que dão cores a outros dias,
Raízes especiais dão lugar a fantasias,
Não entendo tantas vezes porque é que há tantas guerras,
Quem olha com olhos de ver vê a beleza dessas terras,
Cheira a café nas doces negas terras africanas,
Oiço o samba e o aconchego das sul americanas,
Há festa no pólo norte, onde se aquece o gelo,
Na china já fazem arroz com sabor a caramelo,
Hoje viajo por aí, de forma independente,
Chama-me multirracial, multicultural, ou demente,
Por acreditar que um dia todos será sinonimo de comunidade,
Na Jamaica o fumo acaba de me acordar para a realidade,
Maldivas águas límpidas e transparentes,
Revejo as praias de areia fina e de suas lágrimas quentes,
Recordo as raízes de tantas dessas gentes,
Não me importa o que dizes, só quero o que tu sentes,
Vou recolhendo o que sinto, nas paragens mais distantes,
Nesta noite em Las Vegas somos todos viajantes,
Por países orientais para nos entenderem vêem-se gregos,
Mas os sentimentos são universais, e vamos desvendando segredos,
Conto coisas da minha terra, do triste fado de dizer saudade,
Eles contam suas historias e seu desejo pela liberdade,
No papel rasgo poesias, de algumas palavras que dizias,
A tua vontade é ficar mas sei que também querias,
Conhecer o mundo como o vejo,
Como lhe toco, como o beijo,
Eterno no seu canto, doce e triste no seu espanto,
No ligar a tv e ouvir as guerras enquanto janto,
Certos sítios têm mel, preciosas suas jóias e seus lugares,
Pena tanta gente ter a chave para serem tão vulgares,
Fui à índia vi o sol nascer mais perto,
Caminhei por um deserto,
Tantas vezes tive errado, mas fui sempre tão correcto,
Em impérios recebidos como viajante capaz,
Talvez porque na bagagem trazia uma palavra…paz!
Terça-feira, 25 de Julho de 2006
Hoje a noite foi eterna,
Como se o sol não nascesse,
Todos os caminhos levam a ti,
Como se nunca me perdesse,
Baixa-se a luz da lua, na tua pele,
Sonho-te hoje, enquanto brinco com estrelas,
Colecciono memórias,
Tenho medo de perde-las,
Para sempre,
Seria sempre pouco, muito pouco,
Como se o sol não nascesse,
Só a lua como foco,
Um romance de meia-noite,
Faríamos o nosso filme,
Nesse palco imaginário,
Onde sigo o meu peito, na tua chama sublime,
É para sempre perguntas tu,
Quem dera poder jurar e prometer,
Só sei que sinto um aperto em mim,
Garanto que não te quero perder…
Domingo, 23 de Julho de 2006
Amanhã?
Não sei, talvez te peça ao vento,
Talvez te procure por aí,
Quem sabe não te encontro,
E se não encontrar?
Tranquilo, continuo,
Com um sorriso na cara,
O tempo não para,
E não me falta tinta para escrever,
Não tenho nada a esconder,
E é simples o que digo,
Caminho solto pelas ruas,
Sem nada temer,
E o tempo que passa?
Deixa correr, sempre gostei,
De o ver passar por mim,
Será assim,
Que te vou encontrar,
E se isso não acontecer?
Então foi porque não devia ter esperado,
Não devia ter ficado,
Não devia ter procurado,
Nem sei,
Ficarás triste por isso?
Nunca, nem sei tal significado,
O meu mundo é o outro lado,
Onde o sorriso é a lei,
Onde há festa lá estarei,
E no fim logo se vê,
Se a historia tem final feliz,
Se vivo acompanhado ou só,
Se fico perdido ou viro pó,
Tanto me faz,
Sempre gostei de ver passar o tempo.
De ver o tempo passar, por mim.
Sexta-feira, 21 de Julho de 2006
Demónio disfarçado,
Elixir amaldiçoado,
Assim é o teu corpo,
Abusas, das mentes confusas,
Quando dizes sim, e depois te recusas,
Mentes com um sorriso maldoso,
E ainda sorris sobre o caso,
Satânica de sentimentos,
És infernal em momentos,
Passas e trapaças,
Vais servindo sangue em taças,
Para ti só existem actos,
Não te envolvem em ameaças,
És fria como gelo e quente como o fogo,
Tu não magoas, matas logo,
Pensas rápido, mas nem sempre és perfeita,
És o chocolate envenenado com que a criança se deleita,
Maçã do pecado, original em prepotência,
A caixa dos prazeres está coberta de demência,
Ao primeiro travo, tudo muda de figura,
Alguns optam por aditivos, mas sabes melhor pura,
Rasga-se o vazio, que deixas-te quando partis-te,
Eu já disse que te esqueci, mas não sei se o ouviste…
Quinta-feira, 20 de Julho de 2006
Tento abrir os olhos,
Imploro por ver, mas alguém me ofuscou,
Foi essa tal luz branca,
Não me lembro bem como,
Nem sei bem porquê,
Mas estou deitado aqui esta noite,
Doces sonhos são assim,
Quem sou eu para discordar,
Saberia que mais tarde ou mais cedo nos iríamos encontrar,
Não sei bem o que bebi, mas sinto a cabeça girar,
Molho a cara com o teu leito,
És salgada por direito,
E enorme, maior que a própria terra,
Seres azul é o teu poder,
Que se vai esbatendo nas areias…
Está tudo bem contigo? Perguntas…
Sim…melhor agora que estou aqui.
Doces sonhos são assim…
E quem sou eu para discordar.
Quarta-feira, 19 de Julho de 2006
Venda-me,
Deixa-me fazer um mapa de sentidos do teu corpo,
Já te vi, já te senti,
Vejamos o que consigo, cola-te a mim,
Só o teu cabelo tem esse cheiro doce,
Que me encanta,
Que me faz ver cor no mundo inteiro,
Fazes-me viajar por aí,
Olhando tudo e vendo o nada,
Fazes-me perder o sono, e virar a madrugada,
Todos me olham de lado, como se um louco fosse,
Pouco me importa, até eu penso o mesmo,
Que louco seja,
O que a tua boca beija,
E que fica condenado, para sempre,
O teu gosto tem trago da fruta mais melosa,
Refrescante no encanto,
E mata-me entretanto,
Quando me nega mais um beijo,
És real? Pergunto incomodado,
Se disseres que não espero que ninguém me acorde,
Dizes que me adoras e desespero,
Quero olhar-te nos olhos e dizer-te “és tudo o que eu quero”,
Mas no escuro vou-te descobrindo, não faz mal,
Faz-me só um favor, belisca-me para ver se é real…
Terça-feira, 18 de Julho de 2006
Tentava caminhar pelos caminhos terrenos,
Mas nada parecia estar no seu lugar,
Tudo girava no deserto,
Tudo parecia inserto,
Procurava vida num mundo que um dia foi perfeito,
Mas no chão apenas estilhaços…
E recompensas perdidas,
Deixadas de lado,
É um pesadelo, só pode ser um pesadelo,
Tentava acordar,
Mas tudo aquilo era, demasiado real,
A melodia era criada, entre prantos e dor,
Algumas vozes ecoam pedindo “por favor”
Caem bombas, de ignorância,
Rebentam explosivos, da mais pura ganância,
Nitroglicerina da insensatez,
Rebentam bombas outra vez,
Leviandade heróica, numa historia bucólica,
Uma bomba rebentou em mais uma noite melancólica,
Os estragos foram eternos, e as marcas farão historia,
Nas televisões, nos jornais, nos livros dos próximos aprendizes,
Será tema de conversa das próximas gerações,
Que falaram na guerra como uma coisa normal,
Que acontece de tempos a tempos, por essa terra fora…
Segunda-feira, 17 de Julho de 2006
Morto como um morto deve ser,
Porque a tememos tanto,
A morte,
A sorte, de ver fugir a vida,
Sempre fui um optimista,
E hábil tantas vezes,
Transformando-me no meu pior inimigo,
Acordo, e enfrento-me,
Finalmente não me finjo de morto,
Talvez porque algum dia te foste embora,
E direi, ainda bem que te foste,
Podes ir, e fingir-te de morta,
Eu sei que me estás a ouvir,
Podes ir, e fingir que não existo,
Mas um dia terás de ler isto.