Sabemos ser inoportunos,
Quando agredimos os sentidos,
Sabemos ser descrentes,
Quando nos sentimos perdidos,
Sabemos ser eternos,
Quando tocamos outros espaços,
Sabemos ser loucos,
Quando nada guia os nossos passos,
Que alegria tão passageira é essa,
Que se agita com o vento,
A que se esbate no instante…
E muda o firmamento,
Suaviza-se o azul,
Chora então o cinzento,
A natureza esbarra, nos blocos de cimento,
E fecham-se os olhos, sedentos de esperança,
Muda-se o tempo em contronos de vingança,
Volta o azul, mas do que vale se o virmos tão triste,
Talvez seja de mim, ou porque tu partiste…