Suave, se me morderes não é grave, mas deixa-me um rasto de ti.
Abraça, delira, chora e sorri, mas deixa-me um sinal de ti.
Horas passam e os corpos já balançam, nos segredos sagrados que só as camas sabem guardar,
Dos prazeres ávidos da carne, só a pele nos mostra os estreitos caminhos,
Nas marcas das tuas mãos em mim, no timbre da minha boca em ti,
Somos assim, loucura instantânea, explosão momentânea,
E nada nem ninguém nos vai fazer parar.
Suave, se me morderes não é grave, mas deixa-me um rasto de ti.
Abraça, delira, chora e sorri, mas deixa-me um sinal de ti.
Sensações esmagam realidades, deixem-me sonhar,
Perceber que no mundo somos perfeitos, só nós dois, sozinhos,
A tua boca em mim, os calafrios no teu pescoço, o prazer que causo em ti,
Somos assim, apaixonadamente complexos, numa luta em que…
Nada nem ninguém nos vai fazer parar.
Suave, se me morderes não é grave, mas deixa-me um rasto de ti.
Abraça, delira, chora e sorri, mas deixa-me um sinal de ti.
Morde-se a pele, derrete-se o céu por ver teus olhos a delirar em mim,
És doce assim, como melodia sem fim,
Já tive tantos momentos, emotivos, serenos, simples, eternos,
Já vi o mundo girar em torno do grito, já senti gemidos por menos,
És doce assim, como melodia em mim,
Destabilizam-se os lençóis, desarrumam-se as almofadas,
Aqui e agora transformo as palavras evidentes em contos de fadas,
No escuro só os sentidos valem a pena, num mundo cheio de questões,
Simplifica e beija, cala e aleija, arranha e explode, tudo cheio de intenções,
Ponto final nas tuas interrogações, hoje o filme é doce,
Musica calma, meia-luz, reflexos de silhuetas que jamais se esquecem,
Sorvem-se os espíritos enquanto os corpos aquecem,
Aproximam-se os lábios, na desesperada vontade de sentir o mundo,
Sossegam-se as dúvidas, amordaçam-se as frustrações, fica apenas o grito mudo,
E no fim tudo fica meio inexplicável, loucura instantânea ou planeada,
Não se entende se és amante, desconhecida ou namorada,
Mas és assim, doce em mim, como melodia sem fim.
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