Dizes que nada te pode fazer mais feliz que eu, quando partes pela porta de madeira maciça pintada de verde, dizem que é cor de esperança. O meu quarto não brilha mais desde que te foste, quanto tempo passou? Demasiado certamente, deixei de contar o tempo, não me faz mais sentido, só fazia sentido contigo. Ouvi noticias tuas, entre conversas de estranhos que me eram chegados, curioso, sempre disseste que um dia, da mesma forma como surgiste assim te ias…e foste. Rara essa forma de fugir, de te esconderes, singular essa obsessão por conservar os momentos, por coleccionar artefactos, cartas e recordações. Dizias que nada te podia fazer mais feliz que eu…talvez não, mas mesmo assim ainda tentas.
Todas as histórias de amor precisam de um retrato,
Duas mãos que se unam numa espécie de pacto,
Com rostos rosados e quentes, audazes e crentes,
Calafrios suspeitos, culpados de quem cerra os dentes,
Historias de amor são papeis guardados, para os actores bem expressivos,
Entre activos e passivos a peça começa,
Sem vilão ou ameaça na descoberta mais encantada,
No final ficam dois corpos, quentes, ofegantes de um prazer intenso e impar,
No segredo do que é bem amar e bom prazer dar,
Só se descobre a felicidade quando se encontra a outra metade.
Todas as historias de amor precisam de acção, razão, tensão,
Espanta espíritos para toda a solidão, quando se encaixam duas mãos,
Sons de beijos e de risos, na partilha de imagens inesquecíveis,
Ouvindo contos incríveis nada parece durar para sempre,
Historias de amor são musicas bem compostas, de letra e melodia,
É voar nas horas, voar no tempo, esquecer o que é noite ou o que é dia,
Sem perdão nem condição a única forma certa é sentir,
Deixar o vento bater, proteger, entender, repartir,
Talvez descubras um dia, talvez seja cedo, talvez seja tarde…
Só se descobre a felicidade quando se encontra a outra metade.
Suave, se me morderes não é grave, mas deixa-me um rasto de ti.
Abraça, delira, chora e sorri, mas deixa-me um sinal de ti.
Horas passam e os corpos já balançam, nos segredos sagrados que só as camas sabem guardar,
Dos prazeres ávidos da carne, só a pele nos mostra os estreitos caminhos,
Nas marcas das tuas mãos em mim, no timbre da minha boca em ti,
Somos assim, loucura instantânea, explosão momentânea,
E nada nem ninguém nos vai fazer parar.
Suave, se me morderes não é grave, mas deixa-me um rasto de ti.
Abraça, delira, chora e sorri, mas deixa-me um sinal de ti.
Sensações esmagam realidades, deixem-me sonhar,
Perceber que no mundo somos perfeitos, só nós dois, sozinhos,
A tua boca em mim, os calafrios no teu pescoço, o prazer que causo em ti,
Somos assim, apaixonadamente complexos, numa luta em que…
Nada nem ninguém nos vai fazer parar.
Suave, se me morderes não é grave, mas deixa-me um rasto de ti.
Abraça, delira, chora e sorri, mas deixa-me um sinal de ti.
Luzes,
De todas as cores, nascem sabores
Desço ruas, agarro flores,
Digo adeus aos meus amores,
Eu só sei viver assim, na correria calma sem fim,
Onde o quente e frio mas nunca morno se tocam.
Luzes,
De todas as formas, morrem no chão,
Quando o sol lhes dá razão,
E se apagam sem querer,
Quero aprender…a ver morrer a noite,
Sem te lembrar, sem te esquecer, sem me perturbar em fim,
Nesse quente e frio mas nunca morno impregnado em mim.
Luzes,
De todos os mitos, embalam teus gritos,
Quando me agarras com força, marca-me, marca-me, marca-me,
Não me basta ser marcado por dentro, eu bem tento…
Nesse quente frio mas nunca morno, que às vezes, tanto lamento.
Já vimos corpos no chão…
Não te segurei,
Com a força certa, com o jeito correcto,
E do presente futuro apenas surge o pretérito perfeito.
Vidros rasgados porque o tempo nada perdoa,
Não te agarrei,
Do tempo errado fica o momento certo,
Como a linha no traço, no papel apagado.
Tiramos do tempo os segundos de abandono,
As tristezas a seu dono e aqui fico,
Perdido, escondido…
Sou só mais um corpo no chão.
Quem me dera ser tão bom com as pessoas como sou com as palavras, quem dera ser genuíno, verdadeiro, crente e passageiro…nunca condutor da minha sorte, quero ser levado para lá das minhas linhas obsessivas, doentes, dementes, que falam de amor, mas que no fundo pouco sabem do assunto, pergunto…mas afinal o que sensação é essa? Que nos faz perder o rumo, sem pensar…sem perguntar…só voar. Deixemos de utopias, o que existe é uma febre, uma peste passageira, porque não passa esta então, talvez sejas tu afinal, a tal, a Julieta ou gata borralheira, não sei. Quem me dera ser tão bom com as pessoas como sou com as palavras, mesmo quando não sei o que escrever.
Simplesmente, gosto de ti.
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