Todo o sol tem uma lua,
Toda a cidade uma rua,
Um gato o seu rato,
O copo, o seu prato,
Toda a terra tem um mar,
E o beijo, uma boca a beijar.
Toda a estrela tem um brilho,
A ceara o seu trigo,
Toda a sede tem uma mágoa,
Todo o copo tem sua água,
Porque havia eu…de viver sem ti?
Todo o céu tem o seu sonho,
Toda a piada um truque risonho,
Toda a fome tem uma cura,
A paixão…a loucura,
O quente tem o seu frio,
O riacho tem o seu rio,
E eu tenho-te a ti, preciosa em mim,
Rendo-me a ti, faz de mim o que sempre quis,
Ser feliz.
Perdidos e sós, os sentidos, onde os sons se misturam, queimam as palavras, choras as letras, riscam as frases. Provavelmente não me esqueces nunca mais, pretensão? Não…apenas segurança, espera-me de noite, recorda-me de dia, hoje sou fantasia, segundo especial de onde nasce a magia, eu sou assim, melancolicamente contente, palhaço triste e brilhante, depende do que vês. Sente-me os dedos, cansados da escrita decorada nos trilhos passados, quero linhas novas onde me perder, traz-me ilusão, deixa-me fechar os olhos e escolher, entre o tudo e o nada, palco e estrada, sol ou madrugada, tudo se esconde quando eu olho…Mostra-te. Perdidos e sós, irrefutável condição essa que não se explica, a de amar alguém, é querer descobrir o porquê, entender as sensações, corrigir as frustrações para depois, no baloiço dos varões, dançarmos no pleno jardim, só porque sim, porque nada se perde, tudo se ganha, na imortalidade que incendeia, deste fogo difícil de controlar, complicado de explicar, impossível de apagar.
Minha princesa, encantos tamanhos em olhos tão doces,
De todos os pecados do mundo, quem dera que fosses,
O meu, para sempre o meu, junto ao teu…
Peito.
Minha delicia, doces beijos me dás, doces sonhos em mim desenhas,
No traço perfeito do desejo, ama-me simplesmente como queiras,
Minha boca no teu corpo, o teu corpo no meu corpo…
Perfeito.
Faz amor comigo faz, em palavras, em sentidos, em delírios,
Como o sol beija a terra, fazendo espelhar no mar os seus brilhos,
És tu que completas, linhas sem pontos finais, tardes banais…
Chamo-te.
Sente o meu coração a bater, fazes-me bem, quero fazer-te muito mais,
Quero abraçar-te no frio, acordar-te na noite quente, segurar-te quando cais,
És tu, que eu quero, agora e para sempre, no coração e na mente…
Amo-te.
Talvez te possa cobrir de sol,
Para lá do meu amor, do teu corpo no lençol,
Quero mais, de mim em ti, nestes destroços de guerra.
Roupas pelo chão, janela molhada, corpo dormente,
Beijo tão frio em mão tão quente,
Fica aqui, junto a mim, numa história sem fim.
Oiço vozes que me pedem para não acreditar,
O meu corpo não reage, deixa-se levar,
Onde me queres? Para onde queres que olhe.
Mostra-me o que fazer, como fazer…
Faz-me viver e tremer,
Eu não entendo as palavras, vem soletrar,
Não acredito em histórias de amor, vem-me embalar.
Viras-me as costas, esperas que me aproxime mas…
As inseguranças são as mesmas,
Não me largues, não me marques, não me abandones eu quero,
Fica, espera, reage e completa, na vertente indirecta que me diz…espero.
Eu não ganho se te perco, não vivo se não te toco,
As palavras nos teus lábios ganham força…viram eco,
Não quero deixar de as ouvir, de sentir, o que sinto por ti,
Fica aqui, na recordação de uma história sem fim.
Sê amável, faz a cama onde me deito,
Delira no preconceito e deixa-me levantar calmamente,
Qual corpo demente qual quê?
Eu vim ao mundo para resolver as minhas questões,
Não me faças perder tempo.
Sê gentil, faz-me o prato mais perfeito,
O alimento sustenta a alma, acalma, o corpo,
Nem precisas de falar, nem precisa de dizer,
Eu já sei o que fazer depois…obrigado?
Nunca na vida, sou eu, o teu orgulho,
Deixa-me falar, deixa-me mostrar ao mundo como sou,
Sou senil, eu sou vil, mordo veneno e sepulto
Serenatas em mil formas desse orgulho que tem culto,
Não me irrites, não me esquentes, sou cruel em ripostar,
Tu podes estar a dormir, mas farei favor em te acordar.
Orgulhosamente falo deste orgulho pelo qual sofro,
Encaixo-me nos meus chavões, abala-se o cheiro a mofo,
Nada aqui fica estanque, por remexer ou cortar,
Tudo tem hora de mudar, tudo tem chancela para criar,
Faz-me o desenho mais perfeito, mais concreto mais colorido,
Mostra-te orgulho sem perdão, quando preferes deixar-me dorido.
Pedra polida, doce ferida,
Só a solidão me entende,
Corpo sem saída em alma esquecida,
Nem a tua mão se estende.
Redomas de aço, simples fracasso,
És só mais uma perda…
Do alto do monte, eu lanço-te o mote,
Reservando-te a quinta emenda.
Ignora-me e tens toda a minha atenção,
Roga-me as pragas fingindo que me queres,
Doces saberes, os que me encantam o corpo,
Podemos sonhar um pouco, voar um pouco, mas a razão…
Pedra partida, hoje esquecida,
Só tu ainda és crente,
Corpo fecha a ferida, na louca intriga,
A nossa história não mais se estende.
Abraços fortuitos, os momentos são muitos,
És só mais uma perda…
Do cimo da frustração, largo-te a confissão,
Não fui suficiente para ti, não foste suficiente para mim.
Abranda para ver se corro,
Cega-me se queres que eu te veja,
No quente-frio mas nunca morno,
Na adrenalina constante…que inveja.
Pedra guardada, agora preciosa,
Só tu ainda me esperas,
Palavras embalam o caminho de um corpo sozinho,
És só mais uma perda.
Para sempre significa sempre, contigo ao meu lado, sem mais nada existir, queimando e censo da paixão até a dor se extinguir. Até pode o amor criar ferida, eu espero até sarar. Para sempre é o tempo que o tempo durar. Pouco me importam as promessas vencidas, em tempos gorados que mais ninguém se lembra, aqui somos só nós dois, o resto são histórias sem força. Para sempre significa não mudar, não querer fugir, ficar perto porque quero, onde nada me faz correr. Não me importam as palavras, os sons quando não estavas, porque agora eu só quero ficar contigo…para sempre.
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