Com pensamentos recatados que guardas só para ti, tens a chave para o meu sucesso, mas não me dizes o que queres, esperas que adivinhe e tornas tudo confuso, és básica, como eu, como todas as pessoas que até hoje conheci, são básicas todas as mulheres, de tal forma básicas que querem atrapalhar e confundir, para que alguém um dia lhes diga…és complicada mulher. São tudo belelas, mentiras, atrufios de mentes demasiado inteligentes para serem felizes, apenas porque sim, apenas porque se sentem assim. É então que te olho fixamente, até que sintas aquele frio do silencio…aquele silencio que faz comichão, porque te olho como quem lê a alma, há uma intimidade que é trespassada por um olhar mais fixo, preso em nós, por um tempo indeterminado, é território proibido porque os olhos são o espelho da nossa alma. É então que foges e dizes que nada disto aconteceu, vais para casa tentar pensar, enquanto eu vou rindo quando me lembro desta história, vais para casa tentar entender o que te fiz eu, onde toquei para activar tal loucura instantânea, o que fiz eu em ti, em tão pouco tempo. É simples linda…a inteligência é uma propriedade perigosa para quem não a domina na plenitude, mas para mim…será sempre a minha melhor arma. Queres brincar comigo?
Na realidade todas as relações independentemente de género, são um pingue-pongue, uma luta de sexos, de forças, de vontades, de crenças, muitas vezes nem nos apercebemos e já estamos a jogar sozinhos…outras vezes simplesmente precisamos de mudar de campo, voltar a servir, voltar a fazer com que a bola role de novo, esperando que do outro lado esteja alguém capaz de apanhar a nossa jogada e que, por fim a felicidade chega, quando conseguem jogar connosco. Eu só quero que jogues comigo, da mesma forma como jogo contigo.
Pedes-me para adivinhar o que queres…mas essa é a humanidade das coisas, para que querem as mulheres que adivinhemos o que se passa deixando pequenas pistas, obviamente que adivinho mas…e se não fosse eu aqui agora…é tão mais fácil falar, da forma como pensas, da forma crua como soletras as palavras na tua mente…nem que seja um…”não me deixes assim”, “faz assim”…”toca ali”, mas tudo bem, a exploração começa, tudo o que interessa está do meu lado, é o toque suave e abstracto, a boca pequena que se transforma em gigante, que arrepia triunfante cada pedaço de pele, cada beijo é uma história, estás louca por me ler, cada arranhão um sabor, estás doida por os conhecer. Deixo-te voar, até te trazer novamente para o chão “não sei se devemos, temos de parar por aqui”…lá vem o clarão, como é humana a sensação de que podemos perder num instante, tudo o que parecia ser nosso. Chega então o orgulho, aquele que responde “sim, é melhor ficarmos por aqui”, como se fosse necessária uma resposta desse género, quando o corpo nos diz….”não, por favor….não, mata-me por favor”.
Desperto os sentido em ti, eu sei, desperto sensações incontroláveis, suspiros inigualáveis, pensamentos que nunca quiseste descrever…é então que te pergunto, “o que estás a pensar”…”descreve”, e tudo explode, o que queres, onde queres, de que proporção falamos nós, daquela que embarga a voz, que nos deixa frágeis de mais para alguém nos pegar com carinho, eu neste momento estou sozinho, queres ver como tudo pode ganhar outras dimensões, concretizas sensações e descreves o que queres, eu desço um degrau e olho-te nos olhos, brinco contigo e apresento-te a tua insegurança, “calma linda, talvez seja melhor não” do fogo ao clarão, a realidade pode matar, mas nunca mata, apenas dá mais sede.
. em ti...
. Os meus links