Terça-feira, 20 de Março de 2007
Como areia que escorre muito rápido entre os dedos mais pequenos,
Corre o tempo, escorre, morre, fico sem prazo para os terrenos,
Perdem-se segundos no teu salto, de assalto, a brincadeira dura,
Das trocas de queixume, ardem-se os tempos da jura,
Perdura, sobre a terra e o mar dentro do teu peito que pinto,
Talvez ainda te ame, mas também já não te sinto,
Tempo, dos que perdem tempo, porque o tempo só cede tempo,
Das perguntas sem resposta fica só o claro lamento,
Desço e assento, deixando cor onde me sento,
Mas um dia alguém vai apagar, talvez se acabe, o tempo,
Entrelinhas, confusas para quem não consegue ver mais que isto,
Perfeccionismo simbólico que ainda não tinha previsto,
Desço, sento, pinto, levanto e vejo do alto a cor que pintei,
De réu e pecador sou culpado porque eu já me julguei,
Condenei, assinei, nas desculpas me perdi,
Das perguntas e respostas…fica o “não me esqueci de ti”.
Quarta-feira, 14 de Março de 2007
Acordo cedo,
Sem medo,
Rodeando-me de gente por todo o lado,
Não estou certo, nem errado,
Mas queria o teu corpo,
Sufoco, viro sopro meio morto,
Sete pecados quase mortais,
Hoje em mim não são fatais,
Só uma coisa me matava agora,
A tua boca, a pedir mais,
Em razia quase pedia o que à de mais na terapia,
Palavras submersas que provocam simpatia,
Três vezes pregos no chão,
Lá se vão a condição,
De ser sincero noite e dia,
Acordo cedo,
Mordo o teu dedo,
E largas um ar de dor e de amor,
Bom dia, qual o sabor?
Tem nosso dedo, sem medo,
Largo-te um beijo e conto-te um segredo,
Ficar do teu lado, no embaraço que embalo,
Faz-me gritar de prazer, num gemido que não calo,
E por muito que a noite se esgote, e que o dia me acorde…
Acordo cedo, sem medo, pois nada esconde esse segredo.
Adoro-te
Domingo, 11 de Março de 2007
Pontos de encontro, tantas vezes dispersos,
Perguntamos tantos nomes, escondo-os nos versos,
Seguramente tudo fica pouco claro por vezes,
Mas direi o que espero, sempre que quiseres,
O por do sol nasceu, criando sombras na origem,
O mundo já rodou, mas nem me fez vertigem,
Não preciso de dizer, o quanto gosto de ti,
Repetidamente, ficamos assim,
O som faz rodar as ondas que nos tocam,
As que afagam as muralhas, quando as ondas chocam,
No chão, desenho quadros que nunca vou pintar,
Hoje vemos a noite, de certeza as estrelas vão brilhar,
A pouco a pouco aconchego-me, junto do teu regaço,
Em busca de mais um beijo, aninhado no teu abraço,
A noite vem ao de leve, molhar os nossos pés,
Fazer de ti mulher, que hoje em mim és,
Obrigado, pelos bons momentos de abrigo,
Aqueles em que me perco, desenhando-me contigo.
Quarta-feira, 7 de Março de 2007
Instalam-se as luzes, recomeça o som,
Vão-se embora os anéis, fica apenas o dom,
Tão bom, saber brincar contigo, rabisco e crio-te,
Mecanizo-te, engrandeço-te e fito-te,
Designando que vais rimar com aquela letra,
Dos desejos e memorias da alegria secreta,
Directa ou indirecta o sonho desperta,
Interrogação respondida de forma directa,
Eu sei que tu sabes que tudo começou por brincadeira,
Hoje os poemas já não cabem na gaveta, nem em cima da cadeira,
Três mil, contei cada um decidindo os melhores,
Não há bons nem maus, apenas vários sabores,
Folhas dobradas outras mal cuidadas no meio de tanta coisa,
Musicas estacionadas para que alguém as oiça,
Rimas nascem e morrem em cada papel a meu alcance,
Vou correndo e inspirando para que nunca me canse,
De relance, olho para as pilhas de papeis,
Dos que me foram fieis, dos que nasceram infiéis,
E engrandeço esta forma, de nunca desistir,
Sempre foi uma meta, não vos vou mentir,
4 Anos de aventuras fazem rir este vosso ente,
O blog nunca esfriou porque o mantive sempre quente,
E é neste dia que faz de mim um dos mais antigos,
Que dedico cada letra aos que me adoram, aos meus amigos.
Quinta-feira, 1 de Março de 2007
Não me agarras-te de vez,
Talvez, talvez,
Sossega, o mundo parou de girar,
As portas vão abrir-se de novo,
Guitarras voltam a soar,
Sabes dizer-me que horas são?
Que mundo é este?
Talvez…não,
Não me agarras-te de vez,
Talvez, talvez,
Xiuu, deixa-me ouvir os passos,
As pessoas vagueiam por aí,
Criando os seus laços, percorrendo outros espaços,
Há um buraco no mundo,
Que liga a superfície ao seu fundo,
E eu só queria dar a volta e parar,
Para alguém me agarrar,
Não me agarras-te de vez,
Talvez, talvez,
Sai de mim então, Saudosa desgraça,
Não sei se isto passa, não sei se a dor passa,
Dá-me água pela tua boca, mata-me a sede,
Encosta-me à parede, cola-me à parede,
Acorda-me…faz-me acordar de uma vez,
Não me agarras-te de vez, talvez, talvez…