Sábado, 28 de Outubro de 2006
Suspiravam os dias, por alguém com tu,
Segredavam os vultos que um dia seria assim,
O que tu és para mim?
Doce, pedaço de algodão suave,
Uma historia por escrever, por entender,
É grave,
Ter já tanto medo de te perder,
De te ver, sofrer,
Querer e não poder,
Já mais, rabisco então,
Que o tempo não deixe esta ideia se fixar,
Prefiro perder-me no sonho, do que viver na razão,
Vamos por partes então,
Quero tocar-te,
Deixa que os vultos me sintam, quero abraçar-te,
Foram eles que disseram que um dia seria assim,
O que tu és para mim,
Quero beijar-te,
Como se nada se passa-se para alem desse beijo,
Fecha-me os olhos,
Faz-te ser tudo o que vejo,
E faz-me voar contigo,
O que sou para ti?
Interrogam-se os sentidos,
Que hoje embalam os casos esquecidos,
Das historias de amor,
Deixa-me decifrar o teu sabor,
E entender os condimentos do nosso toque,
Já quis a liberdade, hoje só quero que sufoque,
Com algo maior que a minha chama,
Abro mão da teimosia, sem drama,
Dizendo que tens sido importante,
E que gosto de ti,
Já mais do que devia,
Do que queria,
Muito mais do que nas historias que o vulto via,
Contrariando o tempo apressado, espero,
Ficar do teu lado,
Um minuto,
Segundos apenas,
Rasgo as linhas em palavras serenas,
Só quero que estas sensações,
Se tornem…
Eternas.
Quarta-feira, 25 de Outubro de 2006
Bang, bang,
Os estilhaços hoje são espinhos de rosas,
Todas as poesias hoje deram lugar a prosas,
Palestras de actores reivindicativos,
Que querem matar todos os nativos,
Eles tão possessivos,
E querem provocar um espasmo nacional,
Lá fora gritasse “abaixo a lei multiracial”
Mas aqui dentro transpira-se hipocrisia, não faz mal,
Bang, bang, vão caindo as cores que tu matas,
Mas também há cor, por debaixo dos fatinhos e das gravatas,
Agora tenta desalinhar os nós que tu atas,
Para que ninguém veja com claridade o que andas a fazer,
A população arromba portas, sem nada a perder,
Mil vozes gritam sem saber o que dizer,
O povo é assim, uma multidão com força apenas bruta,
Muita gente junta, um pisa o outro chuta,
A inteligência fica cega perante tantos filhos da puta,
Calma malta, não tenham essas atitudes,
A revolta nunca foi, nem nunca pertencerá às virtudes,
Todos diferentes, todos iguais,
Sim, haverá sempre uns quantos a mais,
Mas têm todos cores diferentes, então para onde vais?
Comprar uma arma? Vais fazer diferente?
A tua revolta ainda mata gente inocente,
Baixa a arma, respira…sente,
Faz bang bang,,, mas na tua mente.
Segunda-feira, 23 de Outubro de 2006
Todos de olhos fechados,
Continuam enganados,
Porque a atitude,
Não abunda nestes lados,
Muita gente sonha e fica a sonhar,
Mas o mundo não pode parar,
Por isso atiro para todo o lado,
Nunca me vou arrepender de não ter atirado,
Pontos, virgulas, fazem frases banais,
Que na hora certa tornam-se fatais,
Tanta gente não faz,
Tenta lá tu és capaz,
Eu não sonho,
Faço e pronto,
Tudo junto fica bonito de certeza,
A palavra é a minha riqueza,
Aguenta, dispensa,
Manda vir a próxima rima que esta está com pressa,
Para mim tudo é bom,
Desde que tenha tom,
A rima vai nascendo conforme o som,
Tudo bem para os outros,
Se ainda somos poucos,
Os que perdem tempo a disparar,
Sem medo de errar,
Vão sonhando,
Vão esperando,
Eu não sonho,
Faço e pronto.
Sábado, 21 de Outubro de 2006
Tão bonitinha ficavas, enrolada nos teus trajes,
Lindo era ver, tu teres gestos em vez de frases,
Caladinha e bonitinha, como ficas tão perfeita,
Se a tua boca fosse só p’ra beijar, eras a eleita,
Mas lá está, no melhor pano, cai a nódoa mais chata,
Abres a boca e só me apetece mandar-te para o raio que te parta,
Não jogas com o baralho todo, julgas que basta ser bem-feitinha,
Mas digo-te neste jogo, nem és princesa, nem a rainha,
És zerinho, como digo às vezes, tu não és nada,
Na bar onde entram as inteligentes tu és sempre barrada,
Por momentos pensei, que serias interessante, mais nada,
Mas depois percebi que só és linda, enquanto tas calada,
Não tens nada para mostrar, não tens nada a declarar,
Chegas lá sozinha ou queres que te mande calar,
És óptima de boca fechada, de sorriso bonito e brilhante,
Mas depois abres a boca, e queimas-te bastante,
Como é possível, eu pensar que podias ser algo,
Tantas vezes acerto, mas hoje fui só mais um parvo,
Nas linhas traiçoeiras, vou queimando-te o nome,
Hoje não és verbo, não és interrogação, não és pronome,
És zero, porque é só aquilo que vales,
Queres que te diga? Ou espero apenas que te cales?
És tu sim, pequena esbelta de cabelo aloirado,
Quem me dera não ter pensado, e ter estado tão errado.
Quinta-feira, 19 de Outubro de 2006
Tiro minutos, horas para pensar,
Poucas certezas temos nesta forma de estar,
Apenas uma, não te quero magoar,
Tudo pode acontecer,
Poder dar, pode não dar,
Talvez, até pode resultar,
Mas não arrisco,
Não petisco?
Pouco me importa, não sou isco,
Para que mordas,
As minhas rimas já estão mortas,
Ideias batem em portas,
Quem está lá para receber,
Para as abraçar, para as ler,
Alguém que não tenha medo de sofrer,
O mundo lá fora é uma guerra,
Que explode a terra,
Aqui dentro, a saudade aperta,
De ser livre um dia destes,
Saber que me perdes-te,
E que sempre me quiseste,
Quero-te tanto, tanto,
Como a fé quer o santo,
Se és agua, eu sou teu pranto,
Este talento, pode ser a minha morte,
Podias ter sido mais do que a minha própria sorte,
Serás caça grossa, premio de grande porte,
Abre-se uma janela, porque se fechou uma porta,
Hoje as rimas são minha escolta,
E digo-te, Amo-te…volta.
Terça-feira, 17 de Outubro de 2006
O cheiro da tua pele,
Hoje não me está a fazer bem,
O teu toque,
Hoje não me deixa dormir,
Não te quero magoar, juro,
Mas sei que mais cedo ou mais tarde,
Vai bater o que cria a saudade,
Todas as outras coisas,
Como o medo, insegurança,
Talvez sobrevivas à distancia,
Mas hoje não me estás a fazer bem,
Sai da minha cabeça,
Deixa-me dormir,
A recordação do teu beijo,
Hoje seca-me os lábios,
E não consigo fechar os olhos,
Temos medo de te ver,
De sentir tudo de novo,
Mas desta vez acordar…
Domingo, 15 de Outubro de 2006
Essência,
O lugar está para lá da inconsequência,
O povo grita liberdade,
Mas só encontra demência,
Seja prudente o mundano,
Que tenta falar com o insano,
Perguntando se o mundo, poder ser um mero pano,
Enrugado em suas mágoas,
Prudência,
Vão lutando pela presidência,
Hoje não há mais ninguém para pisar,
Não se vê subserviência,
Seja prudente o humano,
Porque hoje as paredes estão escritas,
As ideias foram fritas,
E servidas em copos de pé alto,
Eu nunca me exalto,
Mas a bajulação vai fazendo comichão,
Para aqueles que estão fora da lama,
Recordem-se que ainda há mundo cão.
Sexta-feira, 13 de Outubro de 2006
Por te olhar em mim…
Eu sei,
Por te olhar em mim,
Também direi que o céu,
Já não é mais meu, nem teu,
Nem de ninguém,
Por te olhar em mim,
Eu sei,
Por te olhar em mim, também,
Direi, que o chão, que piso então,
Não é mais meu, nem teu,
Nem de ninguém,
É de cada um de nós,
A voz,
Que em mim não deixa ver,
O teu olhar,
Quero te abraçar,
Dizer adeus,
Aos meus e aos teus,
Retratos,
Ficamos fartos,
Da realidade,
Desta saudade…
Por te olhar em mim,
Quis saber os teus segredos,
E vi os medos que tens,
Direi que o céu,
Já não é mais meu, nem teu,
Nem de ninguém.
Quarta-feira, 11 de Outubro de 2006
Reflexo,
Serás sempre uma sombra,
Que me segue os passos,
Se cola em mim,
Perplexo,
Quando vejo o espelho de uma montra,
Pisando os trilhos rasos,
E vendo que não estás aqui,
Somos tão imperfeitos,
De tantas qualidades e defeitos,
Que hoje não me vejo mais em mim,
O corpo já não é meu,
A terra agora é o céu,
E fixo-me na tua pele,
A imaginação é o que me resta,
O liquido que me atesta,
É um veneno curioso,
Que me faz pensar em ti.
Segunda-feira, 9 de Outubro de 2006
De paços largos pela estrado lanço olhares penetrantes,
As pessoas deambulam e parecem distantes,
São vultos de vidas, que hoje pagam pecados,
Aventureiros e guerreiros que hoje estavam cercados,
No copo, o elixir que faz da noite a fantasia,
Nos olhares as chagas, da gente que os penitencia,
Hoje temos culpados, para traçar ao pequeno-almoço,
Enrola mais uma, dá um bafo, “desculpa posso?”
Deixa-me dizer-te que te vi lá bem do fundo,
Descobri-te de alguma forma no meio deste mundo,
Pareces ser diferente, da banalidade parda que hoje em dia vejo,
Estico demasiado a corda se te pedir só um beijo?
Que descubra segredos, que mova torpedos,
Que no meio da noite mate todos os meus medos,
Dizendo-me que está tudo bem, ainda podemos acreditar,
E que por muito que debata, está na hora de deitar,
Reconheço por fim, que o meu corpo já delira,
Desejo o amor que apaixona e o sexo que transpira,
Tudo bem, fui directo de mais, não te habituas a estas coisas,
Mas no meio da multidão, só espero que me oiças…
Nós nascemos, vivemos, no fim sempre morremos,
Porque é que continuamos a lutar, se sempre nos perdemos,
Vamos sofrer por fim, é normal como a noite e o dia,
Mas digo-te pequena tu tens uma certa magia,
Deita-te comigo, aninha essa alma sã,
Diz-me que ainda me vais amar, amanha de manhã…