As coisas mudaram um pouco,
Creio que o sinto agora,
No momento em que olho em redor,
E não conheço mais ninguém,
Dizem que é o tempo,
Mas eu não quero acreditar,
E se for, tenho de arranjar forma, de o alterar,
Trazer de novo a simpatia,
O acordo entre a simplicidade e ironia,
Que traz o sorriso nos seus lábios,
Até podíamos ser qualquer coisa,
Que agora tudo parece em vão,
Lê-se e relesse tudo o que se viveu,
E faço parar o mundo, vou girá-lo ao contrário,
Não vou reviver o que já tinha passado,
Mas vou mudar o que já tinha mudado.
Somos tão parecidos e tão diferentes,
Ás vezes tão frios, outras tão quentes,
A sociedade igualiza, seres que não são iguais,
Gritos arranham e partem cristais,
Perco o tempo na minha arte,
Não pressiones muito que parte,
Não tenho mania, apenas quero ser diferente,
Porque só descodifico o que surge na minha mente,
Podes roubar tudo o que tenho menos as minhas ideias,
Até podes tentar mas não passas as fronteiras,
Podes tentar tirar-me o inspiração,
Mas nunca encontrarás…vocação,
Para dizeres o que digo, da forma que digo,
A mensagem é para ti, que te dizes meu amigo,
E que falas nas costas, dizes frases decoradas,
Medíocre, falso, e essas cenas maradas
De pequenos crescemos, de inicio vivemos,
Tantas vezes ganhámos, tantas vezes perdemos,
Aos que me acompanham sempre, digo o que tenho a dizer,
O caminho pode durar muito, mas nunca te vou esquecer,
Não me deixes agora, não sabemos viver sozinhos,
Somos irmãos, somos amigos, somos vizinhos,
Deste duplex onde sobrevivemos na nossa história,
Igualdade de dois braços, em busca da sorte notória,
Dupla personalidade certamente, vendo o resultado final,
Chama-me do que quiseres, mas nunca serei banal…
Vazio,
Pálido de ideias e de pensamentos,
Paz onde aconchego os tormentos,
E os vejo adormecer,
Sombrio de vontades cominho meio sozinho,
Conto os passos, os grandes, os pequeninos,
Vejo os traços de outros caminhos,
E deixo-me cruzar,
Vazio de motivação hoje debato-me com o comodismo,
Fecho os olhos e respiro devagar,
Procuro de olhos fechados algum lugar,
Onde o desocupado possa ser preenchido,
Talvez seja remexido,
Ou algo que me faça ter vontade de pular,
De gritar, de dançar, de correr daqui para fora,
Por enquanto é só o vazio,
É o que sinto agora…
Dá-me o céu,
Pedias tu com esse olhar doce,
Roubavas o beijo, e fugias para longe,
E eu ia tentando aproximar-me,
Ia tentando aconchegar-me,
Aí dentro, desse peito,
Guarda o céu só para mim, dizias,
E continuavas a roubar pedaços de mim,
E depois fugias,
Um dia, foste de vez, e só ficou o vazio,
O teu céu ficou também, naquele espaço cinzento,
E com ele todos os nossos momentos,
Esquecidos,
Um dia voltas-te com o mesmo sorriso no rosto,
Triunfante como sniper no seu posto,
Pronta a disparar, mais uma seta certeira,
E dizias que seria teu para a vida inteira,
Que ficarias para sempre,
E seria permanente,
Pedias-me o céu, mas esse céu já tinha sumido,
E contei-te a nossa história em formato reduzido,
Porque era tudo perfeito até teres ido embora,
O passado fica sempre no passado, e não se justifica o Agora,
Antes de ir, voltas-te a pedir-me o céu,
Mas o céu? Para quê,
Da forma como te conheço,
De certo não irás conhecer lá ninguém…
Foi um arrepio que me acordou para este dia,
Onde os sentidos se unem e dançam,
Tacteio o que me rodeia, descobrindo o mundo,
Saboreio esta manhã, como se fosse a ultima,
E sigo o agito dos corpos,
As janelas despem-se das sedas,
E fazem correr as brisas que encantam os olhares,
No fundo do quarto vão ficando as folhas,
As que desistem de voar e caem,
Um mando branco, coberto de frases e linhas,
É no fundo do quarto, que as histórias se encontram,
E se contam, e se desmontam,
Desvendando seus finais…
Quem sois vós?
Qual a vossa real existência,
Partilhem comigo o vosso estrago,
Dividam por vós aquilo que agarro,
De quem são estes corpos,
Desmembrados de cor,
De quem é o fumo que me fere os olhos,
E o copo? Que vai banhando os sonhos
Que mal é esse que todos sofrem,
Acomodados ao nada, onde são reis,
Onde são seguidores, onde são fieis,
E de onde não querem mais sair
Quem sois vós,
Símbolos da mediocridade,
Retratos de chagas infindáveis,
Qual é afinal a vossa realidade?
É este o marasmo que transporto na alma,
E é a fragilidade que me faz manter a calma,
Quando vos olho nos olhos, e vos sinto fracos,
São apenas escravos, aguardando os vossos barcos,
Que fazem por aqui? Porque não foram buscar os vossos sonhos?
Somos comédia ao entardecer no espelho de vossos olhos,
Devo então agradecer, os que tendem a ficar neste inferno,
Aos que vão recordar esta noite, talvez seja eterno,
Os vossos sentidos são reflexos meus,
Que reflectem o quão mal frequentado anda o mundo,
Bicudo de mais, para quem o quer ver redondo,
Sou apenas um mortal, eu não o escondo,
Dá-me o teu sangue silencio,
Dá-me a luz que falta a estes olhares,
Oferece-me força para mudar,
Dá-me um coração sadio, talvez possa procurar,
Faz-me apagar estes rascunhos, e procurar um bem maior,
Onde não haja bem nem mal, nem melhor ou pior,
Dá-me força para mudar o mundo, sobre a alçada da lua,
Hoje tenho a chancela para mudar mentes, e eu escolhi a tua…
A noite vem ao de leve arrepiar-me a pele,
A lua observa-me e pede-me para continuar a lutar,
Para nunca desistir, nunca partir,
Para nunca deixar de…sorrir,
Olho em volta, e observo o desalento,
É esse que me acompanha, pela noite dentro,
Liberdade? Ninguém sabe gerir tal chancela,
A palavra é a arma mais poderosa do mundo,
No fundo, todos podemos ter um voto na matéria,
E sorver o que nos escorre na artéria,
Liberdade? Poucos merecem tal castigo,
E a bons ouvidos gritam, pelo seu abrigo,
Rasgam-se as folhas de mais um livro de reclamações,
Juntam-se as condições,
E os condimentos ficam por medida,
As portas são só de entrada, não há saída,
E o acordar é breve, e desolador,
Quem sabe um dia, não sejamos tão tacanhos,
Para que todos os outros não pareçam estranhos,
E a noite, seja igual para todos…
Quem dera ser um pouco mais do que aquilo que sou,
Quem dera dar um pouco mais do que te dou,
Quem dera ser o que esperas, e por quem tanto proclamas,
E não ser a chaga de que tu tanto reclamas,
Quem dera ser papel, e rasgar-me em pedaços,
Quem dera ser altivo e reclamar os teus braços,
Seguimos os paços dos ídolos que enlevamos,
Corremos pelas mãos daqueles que chamamos,
Amigos das horas vagas, curtos de pontos e exclamações,
Dignos de umas palavras, e de muitas interrogações,
Às quais não sei responder, nem quero entender,
Porque o meu dia já passou, começou a anoitecer,
E a noite hoje vai ser fria, triste e solitária,
Dizem que a sorte é hereditária,
Pena que os antepassados nunca tiveram muita esperança
Talvez seja essa, a minha pesada herança,
Talvez sejam dias, talvez sejam fases,
É este o pesar que transporto nas minhas frases…
A noite foi demasiado perfeita,
Doce, melodiosa, foi uma noite bem feita,
As almas caminhavam, se tocavam,
Tantas as que gritavam, tantas as que se abraçavam,
E no fundo, deste silencio perturbante,
Uma batida, constante,
Era o meu peito a embalar-te nesta escuridão,
Eram as batidas de mais um coração,
Era mais um pouco deste amor que tenho para te dar,
Era o chamamento da vontade de te encontrar,
Sentes a calma?
Este conforto na alma,
É o som de crianças a brincar no seu abrigo,
É por te ter aqui comigo
Neste conforto inusitado,
Quem me dera estar preparado,
Para te esquecer
Quero olhar-te, quero tocar-te
Não sei viver sem ti,
Quero perder-te, quero encontrar-te
Não sei viver sem ti,
Quero sentir-te, quero esquecer-te,
Mas não sei viver sem ti
És tu para mim,
Não sei viver sem ti
Jura-me que tudo é para sempre,
Promete-me que teu corpo será sempre assim tão quente,
Pede-me perdão e fica comigo,
Faz de ti premonição e deixa me ser teu abrigo,
Abraça-me com força, deixa-me sentir-te,
Suspira na minha noite, prometo ouvir-te,
Olho pela janela, e não consigo ver nada,
São as recordações da passada madrugada,
Os lençóis entrelaçados, por entre corpos cansados,
Tudo fica perfeito quando somos amados,
O nascer do dia, trás o momento das indecisões,
Levantam-se as almas e formulam-se questões,
Que nem eu nem tu, sabemos responder,
Quem dera saber, quem dera sabermos…viver,
Sem nos importar-mos com os segundos,
Jura-me que és para sempre, quente,
E que em meu corpo serás semente,
Deste amor que agora brota,
Beijo-te o rosto, provo o teu gosto,
E peço-te que fiques…para sempre…
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